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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Longe
Arnaldo Antunes

Onde é que eu fui parar?
Aonde é esse aqui?
Não dá mais pra voltar
Porque eu fiquei tão longe
Longe...

Onde é esse lugar?
Aonde está você?
Não pega celular
E a Terra está tão longe
Longe...

Não passa um carro sequer
Todo comércio fechou
Não tem satélite algum transmitindo notícias de onde eu estou

Nenhum e-mail chegou
Nenhum correio virá
Eu entre quatro paredes sem porta ou janela pro tempo passar
Dizem que a vida é assim
Cinco sentidos em mim
Dentro de um corpo fechado
No vácuo de um quarto
No espaço sem fimAonde está você?
Por que é que você foi?
Não quero te esquecer
Mas já fiquei tão longe
Longe...

Não dá mais pra voltar
Eu nem me despedi
Aonde é que eu vim parar?
Por que eu fiquei tão longe
Longe...
Longe...
Longe...
Longe, longe, longe, longe
Longe...
Seis...
Cinco...
Quatro...
Três...
Dois...
Um...

terça-feira, 30 de junho de 2009

São demais os perigos desta vida

São demais os perigos desta vida pra quem tem paixão
Principalmente quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma musica qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher
Deve andar perto uma mulher que é feita
De música, luar e sentimento
E que a vida não quer de tão perfeita
Uma mulher que é como a própria lua:
Tão linda que só espalha sofrimento
Tão cheia de pudor que vive nua

(Toquinho e Vinícius de Moraes)

Menino bonito

MALEMOLÊNCIA. Substantivo feminino/ Regionalismo: Brasil./Uso: informal. 1 ausência de disposição; moleza, indisposição 2 má sorte; caiporismo, desdita 3 calma excessiva; falta de empenho; fleuma, pachorra 4 ardil ou desculpa para evitar (algo); subterfúgio, pretexto 5 jogo de atitudes, gestos, jeito de falar ou mover-se que denota qualidades diversas, mas consideradas positivas (como a manha, a malícia, a elegância, a destreza), de alguém; molejo 6 Rubrica: música. ritmo gingado, característico da interpretação de certos cantores de samba, dançarinos, ou modo característico de portar-se dos antigos malandros; molejo.

Veio até mim
Quem deixou
Me olhar assim
Não pediu
Minha permissão
Não pude evitar
Tirou meu ar
Fiquei sem chão...

Menino bonito
Menino bonito, ai!
Ai menino bonito
Menino bonito, ai!...

É tudo o que eu posso
Lhe adiantar
O que é um beijoSe eu posso ter o teu olhar?
Cai na dança, cai!
Vem prá roda
Da Malemolência...

Menino bonito
Menino bonito, ai!
Ai menino bonito
Menino bonito, ai!...

É tudo que eu posso
Lhe adiantar
O que é um beijo
Se eu posso ter o teu olhar?
Cai na dança, cai
Vem prá roda
Da Malemolência...

Menino bonito
Menino bonito, ai!
Ai menino bonito
Menino bonito, ai!

(Céu - Malemolência)

I can fly, my friends!

Whatever happens,
I'll leave it all to chance.
Another heartache - another failed romance.
On and on!
Does anybody know what we are living for?
I guess i'm learningI must be warmer now..
I'll soon be turning round the corner now.
Outside the dawn is breaking,
But inside in the dark
I'm aching to be free!
Inside my heart is breaking!
My make-up may be flaking!
But my smile, still, stays on!
My soul is painted like the wings of butterflies,
Fairy tales of yesterday, will grow but never die,
I can fly, my friends!
I'll top the bill!
I'll overkill!
I have to find the will to carry on!
On with the show!

Nichole diz:

"Não me dêem fórmulas certas,
porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim,
porque vou seguir meu coração.
Não me façam ser quem não sou.
Não me convidem a ser igual porque
sinceramente sou diferente.
Não sei amar pela metade.
Não sei viver de mentira.
Não sei voar de pés no chão."
Clarice Lispector

Nichole diz:

"Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você, sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma."
Clarice Lispector

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Coragem, Coração

Oh meu querido amigo
conte comigo e
com a minha força
pra que se finalize
a sua crise
como eu, nao há quem torça

Sem dúvida nenhuma
é cada uma
que as vezes a gente engole
mesmo com essa porra
cara, nao corra
eu sei que nao tá mole

Tá duro mas enfrente
e siga em frente
que do seu lado eu sigo
e antes que um vento assopre
diga a si próprio, meu amigo
coragem,coração

Se joga
como corações se jogam
entao se liga só no slogan
coragem, coração
se joga
que eu te dou a minha mão

Enquanto alguem no chão
se droga,
coragem, meu irmão
se joga

Respire fundo
como um iogue
saia pro mundo
caia no blog
na batida da vida
se jogue

Na falta de esperança
auto confiança e de
auto controle
vou ser o solidário ser que o ampare
o ser que vai comparecer

e antes que um vento assopre
diga a si próprio, meu amigo
coragem,coração

Se joga
como corações se jogam
então se liga só no slogan
coragem, coração
se joga
que eu te dou a minha mão

Enquanto alguem no chão
se droga
coragem meu irmão...

e antes que um vento assopre
diga a si próprio, meu amigo
coragem, coração

Se joga
como corações se jogam
então se liga só no slogan
coragem, coração
se joga
que eu te dou a minha mão

Enquanto alguem no chão
se droga
coragem, coração...

Ney Matogrosso
Composição: Cláudio Monjope/Carlos Rennó

segunda-feira, 22 de junho de 2009

"Nada vai permanecer
No estado em que está

Eu só penso em ver você
Eu só quero te encontrar

Geleiras vão derreter
Estrelas vão se apagar

E eu pensando em ter você
Pelo tempo que durar

Coisas vão se transformar
Para desaparecer

E eu pensando em ficar
A vida a te transcorrer

E eu pensando em passar
Pela vida com você"

domingo, 21 de junho de 2009

Aos 33, a medida de amar!

Corações a mais de mil
E eu com esses números?
Cinco extinções em massa
Quatrocentas humanidades
E eu com esses números?
Solidão a dois
Dívida externa
Anos luz
Aos 33 Jesus na cruz
Cabral no mar aos 33
E eu... o que faço com esses números?
Eu... o que faço com esses números?
A medida de amar é amar sem medida
Velocidade máxima permitida
A medida de amar é amar sem medida
Nascimento e Silva 107
Corrientes, tres, cuatro, ocho
E eu com esses números?
Traço de audiência
Tração nas 4 rodas
E eu... o que faço com esses números?
Sete vidas
Mais de mil destinos
Todos foram tão cretinos
Quando elas se beijaram
A medida de amar é amar sem medida
Preparar pra decolar
Contagem regressiva
A medida de amar é amar sem medida
Mega,
Ultra,
Híper, micro, baixas calorias
Kilowatts, Gigabytes...
E eu... o que faço com esses números?
Eu... o que faço com esses números?
A medida de amar é amar sem medida
A medida de amar é amar sem medida
Velocidade máxima permitida
A medida de amar é amar sem medida


Números (Engenheiros do Havai)

Um presente


"querida Mel,

já passa das doze
badaladas noturnicas,
e na calada noite preta
cá estou eu,
prestes a lhe dar
os parabéns
pela passagem
de mais uma
primavera

que a serenidade
e a alegria se
estabeleçam em
sua vida, baby

hoje, amanhã e depois
veja as flores, o mar
e o mundo

beijos,
beijos,
beijos,

Leke"

quarta-feira, 17 de junho de 2009

REVERÊNCIA AO DESTINO (Calos Drummond de Andrade)

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois.
Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.

terça-feira, 16 de junho de 2009

"Ninguém pode conviver sozinho com a beleza que é capaz de perceber. E quanto a nós, que buscamos o Absoluto, e que construímos um jardim usando a nossa própria solidão, a Vida nos deixou a imensa paixão para aproveitar cada instante, com toda a intensidade."
Do livro "Cartas de Amor de Gibran"

O AMOR (Gibran)


Então, Almitra disse: “Fala-nos do amor.”
E ele ergueu a fronte e olhou para a multidão, e um silêncio caiu sobre todos, e com uma voz forte, disse:
Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,
Assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa queda.
E da mesma forma que alcança vossa altura
E acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes
E as sacode no seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
No pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
Para que conheçais os segredos de vossos corações
E, com esse conhecimento,
Vos convertais no pão místico do banquete divino.
Todavia, se no vosso temor,
Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações,
Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Porque o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga:
“Deus está no meu coração”,
Mas que diga antes:
"Eu estou no coração de Deus”.
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se vos achar dignos,
Determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
Senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos,
Sejam estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
Que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado
E agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia
E meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado,
E nos lábios uma canção de bem-aventurança.

Our Love is Easy (Melody Gardot)

Deep within your heart, you know it's plain to see
Like Adam was to Eve, you were made for me
They say the poisoned vine breeds a finer wine
Our love is easy
If you ask me plainly
I would gladly say
I'd like to have you round just for the rainy days
I like the touch of your hand, the way you make no demands
Our love is easy
Our love is easy
Like water rushing over stone
Oh, our love is easy, like no love
I've ever known
Physically speaking we were made to last
Examine all the pieces of our recent past
There's your mouth of tears
Your hands around my waist
Our love is easy
Every time we meet it's like the first we kiss
Never growing tired of this endlessness
It's a simple thing, we don't need a ring
Our love is easy
Our love is easy
Like water rushing over stone
Oh, our love is easy, like no love
I've ever known

Our Love is NOT Easy

Gianciotto discovers Paolo and Francesca (1814) de Jean Auguste Ingres (1780-1867).

"A imagem retrata o amor trágico de Francesca da Polenta e Paolo Malatesta. Francesca (1255-1285), era filha de Guido da Polenta (?-1297), senhor de Rimini. Durante muitos anos a família Polenta andou em guerra contra o poderoso Verruchio de Malatesta (1212-1312). A paz foi firmada com um acordo de casamento entre Francesca e o filho mais velho de Malatesta, Giovanni, também conhecido por Gianciotto (?-1304). Consta que Giovanni, além de feio e disforme, era também cocho. Havia então o receio que a família Polenta recusasse o casamento mal visse a cara do noivo. Foi então enviado Paolo de Malatesta, irmão mais novo de Giovanni, para tratar dos assuntos do casamento. Pensando que o seu noivo seria Paolo, a jovem cedeu em casar. Quando deu pelo erro já era tarde, estava casada e apaixonada pelo cunhado. Um dia, estando a jovem Francesca lendo um livro sobre os amores proíbidos entre Lancelot, Cavaleiro da Távola Redonda e Guinevere, esposa do Rei Artur, entrou Paolo que lhe interrompeu a leitura com um apaixonado beijo. Nesse momento são surpreendidos por Giovanni que, louco de ciúmes, mata os dois." Do blog Bairro do Amor

sábado, 30 de maio de 2009

Eu quero mais

A gente pode morar
numa casa mais ou menos,
numa rua mais ou menos,
numa cidade mais ou menos
e até ter um governo mais ou menos.

A gente pode dormir
numa cama mais ou menos,
comer um feijão mais ou menos,
ter um transporte mais ou menos
e até ser obrigado a acreditar
mais ou menos no futuro.

A gente pode olhar em volta e sentir
que tudo está mais ou menos,
tudo bem!

Mas o que a gente não pode mesmo,
nunca, de jeito nenhum:
É amar mais ou menos,
é sonhar mais ou menos,
é ser amigo mais ou menos,
é namorar mais ou menos,
é ter fé mais ou menos,
é acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar
uma pessoa mais ou menos.

Chico Xavier

Plante seu jardim


“Depois de algum tempo você aprende a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que a companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos, e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante com a graça de um adulto, e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem costume de cair em meio ao vôo. Depois de um tempo você aprende que até o sol queima se você ficar exposto por muito tempo. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores..." (Shakespeare)

Chega de sonhar


Tem dias que a gente se sente, como quem partiu ou morreu...

E só me vem à cabeça o anel em forma de serpente com olhos de esmeraldas da mulher que nada fazia, apenas sonhava!

sábado, 9 de maio de 2009

Para Mateus


Quando me perdi, voce apareceu
Me fazendo rir do que aconteceu
E, de medo, olhei tudo ao meu redor
Só assim enxerguei, e, agora estou melhor

Você é a escada da minha subida
Você é o amor da minha vida
É o meu abrir de olhos no amanhecer
Verdade que me leva a viver

Você é a espera na janela
A ave que vem de longe, tão bela
A esperança que arde em calor
Você é a tradução do que é o amor

(Parte da música "Esperando na Janela" composta por Blanch)


quarta-feira, 29 de abril de 2009

Aos companheiros de ferro...


Companheiros
(Mia Couto)


quero
escrever-me de homens
quero
calçar-me de terra
quero ser
a estrada marinha
que prossegue depois do último caminho

e quando ficar sem mim
não tereri escrito
senão por vós
irmãos de um sonho
por vós
que não sereis derrotados

deixo
a paciência dos rios
a idade dos livros

mas não lego
mapa nem bússola
por que andei sempre
sobre meus pés
e doeu-me
às vezes
viver

hei-de inventar
um verso que vos faça justiça

por ora
basta-me o arco-íris

em que vos sonho
basta-te saber que morreis demasiado
por viverdes de menos
mas que permaneceis sem preço

companheiros

Esse abraço...


"Para sempre ficou esse abraço. Por via desse cingir de corpo a minha vida se mudou. Depois desse abraço trocou-se, no mundo, o fora pelo dentro.

Agora, é dentro que tenho pele. Agora, meus olhos se abrem apenas para as funduras da alma. Nesse reverso, a poesia da rua suja é o coração.

Vou perdendo noção de mim, vou desbrilhando. E se eu peço que ele regresse é para sua mão peroleira me descobrir ainda cintilosa por dentro. Todo este tempo me madreperolei, me enfeitei de lembrança."


Mia Couto

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A um passarinho


Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz?
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis.

Deixa-te de histórias
Some-te daqui!

(Vinícius de Moraes)

terça-feira, 21 de abril de 2009

The first one...

Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

Mário Quintana

P.S. Só para lembrar que não tem nada simples acontecendo na vinha vida aqui, agora...
e penso no tempo e na distorção acerca de sua percepção... Complexidade!