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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Das coisas que não duram para sempre...

Um dia li a história da menina que queria ser trapezista, e ela me encantou pelos elementos, pelo fantástico, pelo cenário multicolorido que a aproximava muito de uma história de Gabriel Garcia Marquez....

Eu também queria ser trapezista. Queria ir embora com o circo, com o palhaço Poli, com o Topz, com o Diverlangue e assim, me sentir segura e nunca mais ficar precisando esperar o encanto voltar...




Era uma vez, mas eu me lembro como se fosse agora, eu queria ser trapezista. Minha paixão era o trapézio, me atirar lá do alto, na certeza de que alguém segurava minhas mãos, não me deixando cair. Era lindo, mas eu morria de medo. Tinha medo de quase tudo, cinema, parque de diversão, de circo, ciganos, aquela gente encantada que chegava e seguia. Era disso que eu tinha medo, do que não ficava para sempre. Era outra vez, outro circo, ciganos e patinadores. O circo chegou à cidade, era uma tarde de sonhos e eu corri até lá. Os artistas, eles se preparavam nos bastidores para começar o espetáculo e eu entrei no meio deles e falei que eu queria ser trapezista. Veio falar comigo uma moça do circo que era domadora. Era uma moça bonita, forte, era uma moçona mesmo. Ela me olhou, riu um pouco, disse que era muito difícil, mas que nada era impossível. Depois veio o palhaço Poli, veio o Topz, veio o Diverlangue que parecia um príncipe, o dono do circo, as crianças, o público. De repente apareceu uma luz lá no alto e todo mundo ficou olhando. A lona do circo tinha sumido e o que eu via era a estrela Dalva no céu aberto. Quando eu cansei de ficar olhando para o alto e fui olhar para as pessoas, só aí eu vi que estava sozinha...

(Era uma Vez - Antônio Bivar)

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